Certamente, você já ouviu a música do vídeo que o Mawaca liberou nesta semana.
Popular no Oriente Médio, desde 1927, ‘Misirlou’ já ganhou diversas versões, da surf music de Dick Dale, em 1962, à trilha sonora de “Pulp Fiction” (Quentin Tarantino), nos anos 90. Foi do rock ao easy listening.
“Na gravação do Mawaca, tentamos resgatar o traço oriental dessa canção, buscando salientar a sinuosidade da melodia e o ritmo marcado pelo derbak. Ela é cantada em grego e yiddish”, explica Magda Pucci, diretora musical da banda.
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De origem controversa, essa canção tradicional de amor do Mediterrâneo Oriental tem versões em diversas línguas, como árabe, truco, grego, yiddish, ladino, inglês e francês.
Em grego, miserlou significa “menina egípcia”; em turco, significa “egípcio”. A palavra vem do árabe misr que significa “Egito”. Por essa razão, muitos a consideram de origem egípcia, embora haja fontes que afirmam que a canção é parte do repertório rebetiko, um blues grego surgido nos portos e tavernas, interpretado por marinheiros, imigrantes, clandestinos e foras-da-lei.
‘Misirlou’ é um dos vídeos que o Mawaca vem liberando nas redes, assim como ‘Arenita Azul’ (México) e ‘Kazoe uta’/’Se esta rua fosse minha’ (Japão e Brasil).
Ouça esta e outras canções do Mawaca nas redes de streaming: Spotify, Deezer, Google Play Music
INQUILINOS DO MUNDO
‘Misirlou’ é uma das faixas do CD/DVD ‘Inquilinos do Mundo’ que o Mawaca lançou em 2013, no SESC Pompeia.
Este é o sétimo projeto da banda e apresenta melodias e ritmos dos povos nômades, refugiados, exilados e ciganos de todo o mundo.
O foco desse trabalho é o nomadismo musical, com suas trocas e intercâmbios musicais entre diferentes povos e culturas, assim como as constantes conexões musicais.
A situação delicada com imigrantes de toda parte do mundo, que se espalharam por toda a Europa e Estados Unidos, foi o que despertou em Magda Pucci a vontade de interpretar canções desses povos que, mesmo sofrendo todos os tipos de mazelas, levam na memória fragmentos de canções que são guardados como objetos sonoros preciosos que acabam por se mesclar a outras culturas, criando diversos hibridismos.
FICHA TÉCNICA
Solo: Sandra Oakh
Participação especial: Leo Sideratos (Bouzouki grego)
Introdução: Lyuben Dossen
Produção musical: Pekka Lehti
Direção e edição de imagens: Olindo Estevam (Paiol Filmes)
Gravado em São Paulo no Estúdio NaCena em agosto de 2012
Design de som: Gustavo Breier
Produção: Ethos Produtora de Arte e Cultura
texto: Eduardo Vessoni e Magda Pucci