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Livro Alma de Atriz – Betty Mindlin

Livro Alma de Atriz – Betty Mindlin

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Ficção sobre uma história de vida marcante, Alma de atriz é uma ponte entre vários mundos. A mais inusitada se dá entre a herança judaica dos schtetl – as aldeias confinadas do início do século XX na Europa oriental – e os povos indígenas brasileiros.
A atriz Haydée, uma jovem da cidade, loura, moderna, ao raiar do século XXI, vive no palco a personagem central de uma peça baseada em um romance do escritor Dovid Bergelson. Seu papel era o de Mirele, moça do schtetl que deve ter desaparecido em um pogrom nas primeiras décadas do século XX – há cem anos.  O acaso a leva a conhecer entre os espectadores um pequeno grupo indígena. Convidada a visitar as terras ancestrais dos novos amigos, passa a amar, defender e quase pertencer a um povo tradicional da floresta, de pouco contato. É confrontada com diferentes papéis femininos.

R$40,00

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Descrição

Ficção sobre uma história de vida marcante, Alma de atriz é uma ponte entre vários mundos. A mais inusitada se dá entre a herança judaica dos schtetl – as aldeias confinadas do início do século XX na Europa oriental – e os povos indígenas brasileiros.
A atriz Haydée, uma jovem da cidade, loura, moderna, ao raiar do século XXI, vive no palco a personagem central de uma peça baseada em um romance do escritor Dovid Bergelson. Seu papel era o de Mirele, moça do schtetl que deve ter desaparecido em um pogrom nas primeiras décadas do século XX – há cem anos.  O acaso a leva a conhecer entre os espectadores um pequeno grupo indígena. Convidada a visitar as terras ancestrais dos novos amigos, passa a amar, defender e quase pertencer a um povo tradicional da floresta, de pouco contato. É confrontada com diferentes papéis femininos.
Ao contrário desta ponte, é gritante o contraste entre a sociedade capitalista, com os mecanismos políticos persistentes de desgoverno/opressão e o pequeno povo com outro sentido para a existência, não isento de males, mas muito mais atraente, como se vê ao longo do enredo. Na comparação, o monstro genocida é a economia de mercado; alguns de seus crimes são nomeados. Há ênfase na destruição da terra e nos assassinatos estruturais, o de Marielle Franco como emblema. Marielle, cujo nome, por coincidência, lembra o de Mirele.
É provável que a autora, não apenas a personagem, tenha descoberto nos laços comunitários indígenas as semelhanças com os dos vilarejos-schtetl, e construa para si uma coerência em sua busca das raízes mais antigas brasileiras. É a procura de características sociais não individualistas, as que consideram iguais todos os seres com vida conjunta, pertencentes a um mesmo coletivo.
No campo imaginário, mais proximidade é evocada.  Os fantasmas dibuks judeus e as aparições Guatangueté, usurpadores de almas, podem ser aparentados. Haydée, a atriz, tem uma guru de origem judaica que a acompanha como uma sombra protetora. Diretora e dramaturga, esta é uma plateia torcedora, aplaudindo o sucesso. Esferas tão apartadas unem-se, causando estranhamento  em leitores que desconheçam ambas as tradições, julgando que nada têm a ver entre si.
Aos que ultrapassarem este choque será dado compartilhar com Haydée a extraordinária experiência de meses e anos a fio com uma sociedade tão pujante e diferente da nossa que até parece inventada. Tudo vira do avesso aos olhos de quem vem de fora mas tem o dom de compreender  e de se transformar.
A autora inspira-se bastante na bibliografia de tema indígena, mas sobretudo no próprio trabalho de campo contido nos seus Diários da floresta, documento sobre a convivência entre 1978-83 com um povo nos primeiros anos de contato, os Paiter Suruí. Alma de atriz, com os imaginários Guatangueté, arrasta-nos para o vigor das ocas e para a efervescência indígena, como se nunca mais pudéssemos nos conformar com o nosso modo de ser.

Sobre a Autora
Betty Mindlin (31-03-1942 – )

Antropóloga, teve o privilégio de ser acolhida como aliada e ouvinte por numerosos povos indígenas brasileiros desde 1978. Narradoras e Narradores Orais Indígenas tornaram-se, com sua parceria, autoras e autores de livros, titulares de direitos como os de quem lê e escreve de próprio punho. Falas ancestrais, registradas e traduzidas em coautoria com Betty, foram publicadas nos livros Vozes da Origem, dos Paiter Suruí, Couro dos espíritos dos Gavião Ikolen, Terra Grávida e Moqueca de maridos, os dois últimos dos Tupari, Makurap, Djeoromitxi, Wajuru, Aruá e Arikapu, bem como em antologias de outros povos. Moqueca de maridos foi traduzida em várias línguas. Diários da floresta, a experiência intensa de convívio de Betty com os Paiter Suruí a partir de 1978, foi traduzido para o francês.

Informação adicional

Peso 2000 g
Dimensões 25 × 18 × 5 cm
Fora de Estoque

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