Em 2025, o grupo Mawaca completa 30 anos de uma trajetória marcada pela valorização da diversidade cultural e musical do mundo. Desde sua fundação, o grupo se destacou por revisitar canções tradicionais de diferentes povos, promovendo um diálogo criativo entre culturas por meio de arranjos criativos e interpretações únicas.
30 anos de Mawaca
Ao longo dessas três décadas, o Mawaca mergulhou em sonoridades que vão das melodias indígenas às harmonias dos Bálcãs, das tradições africanas aos cânticos asiáticos, sempre com profundo respeito pelas culturas de origem. Composto por uma potente formação vocal feminina e uma rica instrumentação que mescla elementos tradicionais e contemporâneos, o grupo se tornou referência no cenário da música pluricultural no Brasil, sempre com a direção musical e arranjos de Magda Pucci.
Para celebrar esse marco, o Mawaca prepara um novo espetáculo intitulado Canto dos Sonhos: Mawaca 30 Anos, que celebra 30 anos de uma jornada musical que cruza fronteiras e joga luz sobre as culturas de todos os cantos do mundo. Inspirado no poder do canto como expressão de histórias, mitos e memórias, o título evoca as “linhas de canções” – rotas mapeadas por músicas que guiam a humanidade através das tradições orais e dos sonhos coletivos. Assim como as “songlines” aborígenes descritas por Bruce Chatwin, que mapeiam a terra e a história através da música, o Mawaca constrói suas próprias “trilhas sonoras” ao entrelaçar cantos ancestrais de povos diversos em uma tessitura única.
Em novembro, o grupo iniciou as gravações de novos singles, incluindo Barlovento, um tema afro-venezuelano repleto de ancestralidade, com a participação especial da cantora venezuelana Fran Castelar, e o clássico latino-americano Mercedita, uma das canções mais emblemáticas da região. O repertório desse show trará outros destaques, como Molihua, que marcou a turnê do grupo pela China; a delicada cantiga de ninar do Mali Kunba Fili; o clássico cubano Duerme Negrito; o canto profundo Shamalia da Palestina, com a participação da cantora Oula al Saghir; a singela Koth Biro, do Quênia, canto Yanomami com participação de Marlui Miranda entre outras. São fragmentos de sonhos e histórias que transcendem o tempo e o espaço.
O título desse show O Canto dos Sonhos” é a tradução para o português do livro The Songlines (1987), de Bruce Chatwin, obra que explora a profunda conexão entre música, mito e paisagem na cultura dos aborígenes da Austrália. O título evoca o poder da música como memória coletiva e como uma maneira de “navegar” pelo mundo físico e espiritual.
O espetáculo promete ser uma emocionante jornada musical, celebrando a riqueza de culturas que inspiraram o Mawaca ao longo de sua história e reafirmando o compromisso do grupo em conectar diferentes tradições por meio da música.
Além desses shows especiais, o Mawaca irá oferecer oficinas interativas e eventos que reforçam o papel do Mawaca como ponte entre culturas e como agente educativo e transformador.
Sobre o Mawaca
Entre os projetos gravados destacam-se o CD-DVD Inquilinos do Mundo, que apresenta um repertório de temas de povos ciganos, nômades, migrantes, exilados e refugiados; o Rupestres Sonoros, trabalho voltado para os cantos indígenas da Amazônia que já renderam diversos encontros com grupos indígenas como Huni-Kuin, Kayapó, Comunidade Bayaroá, Djuena Tikuna, entre outros. Destaque também para o mais recente projeto Nama Pariret com cantos femininos do mundo todo incluindo a canção emblemática mongol Gada Meilin e Fimmene do Sul da Itália.
O grupo já se apresentou em diversos países em importantes eventos na Alemanha, Espanha, Portugal, Grécia, França, Bolívia, China e em diversos teatros no em cidades brasileiras, desde Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Velho, Manaus, Rio Branco e cidades do interior.
Com oito álbuns, quatro DVDs e dois livros, o grupo levou o prêmio de melhor performance no World Leisure Expo, em Hangzhou, China em 2012, assim como ganhou três vezes o prêmio PPM – Profissionais da Música: na categoria de melhor Grupo de Cultura Popular (2016) e em 2019, e 2021 na categoria de Melhor Grupo Vocal. Em 2003, foi selecionado para integrar a programação artística da feira internacional de música Womex.
O grupo tem realizado intercâmbios musicais com músicos de diferentes localidades do globo. Carlos Núñez (Galicia), We Like We (Dinamarca), Uxía Senlle (Espanha – Galícia), Né Ladeiras (Portugal), Sutari Band (Polônia), Yair Dalal (Israel) e Rinken Band (Japão) são alguns artistas que já estiveram em projetos com o Mawaca além dos vários artistas representantes importantes de grupos indígenas.
O Mawaca segue inspirando, conectando e celebrando a diversidade.